Nossa primeira briga foi engraçada. Foi a única. Já estava grávida de
você mas nem lembro do motivo, só lembro que eu estava muito mal humorada
(segundo ele, “cheia dos hormônios”) e procurava mil motivos para brigar.
Estávamos num bar e brigamos a noite toda, depois fomos para sua casa pois
ficava perto e estava chovendo muito aquela noite, lembro que no caminho vimos
um acidente de carro. Mas continuamos brigando e assim ficamos até o dia
amanhecer e a chuva diminuir, quando decidi ir para minha casa... E mesmo assim
continuei mandando mensagens desaforadas, ele desligou o celular e foi dormir.
Isso me irritou ainda mais, eu realmente estava “cheia dos hormônios”, lembro
que a ultima mensagem que mandei foi algo do tipo “se eu morresse hj vc ia
sentir a minha falta”, depois disso percebi que tinha exagerado e desisti,
desliguei o celular também e fui dormir. Acordei mais tarde com seu pai ligando
para minha casa dizendo que estava indo me buscar pois precisávamos conversar.
Eu gelei, pensei que ele estava me achando uma louca e que iria terminar
comigo, entrei no carro e meu coração saltava pela boca, meus olhos
arregalados, eu temia que tudo acabasse ali e foi a segunda vez que senti um
medo incontrolável de perde-lo. Mas ele olhou nos meus olhos e falou com voz de
bebê “Marxella nunca mais me mande uma mensagem daquela! Se você morresse eu
não iria sentir sua falta, eu ia ter que morrer junto”. E me implorou perdão
por não ter sido tão cuidadoso comigo e por ter me deixado chegar aquele ponto
de estresse. Eu desabei em lagrimas, também pedi perdão afinal a culpa era minha,
eu criei a briga por algum motivo banal, mas ele insistiu e assumiu a culpa.
Aquela atitude me surpreendeu, tive mais certeza ainda que ali estava o homem
que eu amava e que me amava e só queria me fazer feliz. Senti um alivio imenso,
me senti completa! Respirei fundo e agradeci a Deus por ter um amor de verdade.
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