Quando o
conheci me senti “em casa”, percebi uma afinidade incrível, conseguíamos
conversar abertamente, nos entendíamos, riamos um do outro, sem medo de ser
quem éramos em realidade. Me lembro da nossa primeira conversa profunda, na ilha, ele me disse que nunca tinha contado aquilo a ninguém mais.
Ele me conhecia muito bem, afinal nunca tentei ser
outra pessoa para que ele gostasse de mim. Ele me amava assim mesmo, filho, com ou sem maquiagem, largada ou arrumada, mais gorda ou mais magra, falando besteira, com espinha, fazendo gracinha pra ele rir, até reclamando ou de mau humor. Nunca tinha me sentido tão a vontade com outra pessoa, sei que ele também sentia isso ao meu lado.. Por isso ele era meu melhor amigo e meu amor. Era tudo muito simples, muito gostoso de viver.
Eu o conheci muito bem,
tentei entender mais afundo, alem das aparências, e era incrível, cada dia
descobria algo novo em seu pai.. Seu jeito de "solto leske" ou "bixo solto", como ele dizia, era só uma capa que escondia a pessoa mais generosa que eu já conheci. Ele me ajudou a que me conhecesse melhor.. Eu também
o ajudei a que ele se conhecesse melhor, ele tinha algumas características
peculiares, lindas, que nem ele conhecia e eu as desvendei direitinho. Não é a
toa que ele se revelou um homem muito romântico, modéstia parte eu fiz um bom
trabalho, filho!
Juntos
nos conhecemos melhor. Eu a ele, ele a mim, eu a mim mesma, ele a si mesmo, nós
a nós dois. E agora,
mesmo depois de sua partida, relembrando momentos e conversas, eu continuo me conhecendo e aprendendo com ele.